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Meu filho tem TDAH, ele precisa tomar medicação?

Esta é uma dúvida frequente das mães e pais que recebem o diagnóstico de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) dos seus filhos. Há um medo latente perante o uso da medicação indicada, pois ela é controlada e exige uma receita especial.

Precisamos esclarecer e desmistificar as crenças em torno do uso de remédios, principalmente quando se trata de crianças, pois apesar de ser necessário o uso de uma receita controlada, ela não é nenhum bicho de sete cabeças e sim, seu uso correto é extremamente importante no tratamento.

TDAH é um transtorno neurobiológico!

Por ser um transtorno que causa alterações na bioquímica do funcionamento cerebral, é importante que entendamos que o uso da medicação irá fazer exatamente essa regulação do que está desordenado no cérebro da criança.

O remédio é muito importante por aumentar os níveis de dopamina e noradrenalina (que são hormônios produzidos no nosso cérebro), o que ajuda as crianças a terem maior automia e concentração, para poderem fazer tarefas detalhadas que exigem maior esforço e até as que são monótonas.

No Brasil, o medicamento mais comercializado, considerado de primeira linha, por sua eficácia é a Ritalina, que além de ser vendida em farmácias, também pode ser retirada em postos de saúde, se o paciente tiver a documentação adequada para isso.  Outra medicação, também considerada de primeira linha no tratamento é o Concerta, que assim como a Ritalina tem o metilfenidato como princípio ativo.

Esta medicação tende a melhorar a atenção, concentração e memória para atividades que exigem foco e concentração, é uma medicação que necessita ser usada diariamente, pois o TDAH não causa impactos apenas na vida escolar da criança e sim também em situações afetivas e sociais.

A medicação causa vício?

O metilfenidato não é uma medicação que causa dependência por si só, pois ela é um psicoestimulante, ou seja, sua ação é direta no cérebro, aumentando, como já foi citado, os níveis de dopamina e noradrenalina deixando a criança mais atenta.

Porém, é importante levar em consideração o histórico familiar, pois se há casos de dependência química (drogadição) é possível que o uso dessa medicação não seja o mais indicado, por isso, quando estiver passando com o médico que irá avaliar seu filho, é necessário expor essas questões para que ele avalie o risco do uso do medicamento.

Meu filho usa ou usou a medicação e passou mal, o que devo fazer?

Nesses casos é recomendado que se consulte novamente o médico que tem acompanhado seu filho, pois como no caso de qualquer outra medicação, se ela estiver fazendo mal é necessário rever seu uso, porém sempre com orientação médica.

É o médico que irá analisar a suspensão da medicação ou a mudança de dosagem, porém sempre é recomendado que a medicação nunca seja suspensa sem o acompanhamento adequado.

Meu filho começou a tomar a medicação e ficou mais agitado, e agora?

Há casos em que somente o uso do Metilfenidato não é suficiente, pois muitos apresentam além de sintomas fortes de hiperatividade, agitação e comportamento opositor, outros transtornos associados ao TDAH, como por exemplo o TOD (Transtorno Opositor Desafiador  – clique para saber mais) e por isso é necessário ministrar outro remédio em conjunto.

Devemos ressaltar sempre a importância de relatar ao médico tudo o que acontece antes do uso da medicação e após o seu início, também devemos observar como a criança está reagindo para saber se o efeito do remédio está dentro do esperado ou se é necessário mudar alguma coisa com orientação.

Só a medicação resolve?

Somente a medicação não resolve as questões do TDAH, pois o tratamento deve ser multidisciplinar, ou seja, é necessário a intervenção adequada de uma equipe, com neuropsicólogo, pois este irá avaliar e acompanhar as questões comportamentais, psicopedagogo nos casos em que há algum prejuízo na área da aprendizagem, fonoaudiológo nos casos em que há problemas de linguagem e o neuropediatra que irá ministrar a medicação de forma adequada.

O apoio da escola é indispensável para o bom resultado do tratamento, entretanto não pode ser o único, pois como dissemos anteriormente, os impactos do TDAH não são apenas acadêmicos e por isso um trabalho multidisciplinar é mais eficaz.

Também é frequente que indiquemos aos pais a busca do serviço de Orientação aos Pais que hoje é frequentemente oferecido pelos psicólogos que trabalham na área infantil, pois o TDAH é um transtorno que não causa impacto apenas na vida da criança e sim de toda a família.

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