Quantos de nós conhecemos alguma criança que não quer cumprimentar ou falar com familiares ou amigos dos pais em festas?
E que até mesmo não se socializa verbalmente com outras crianças?
Ou ainda depois dessas perguntas, pensamos: nunca ouvi a voz dela.
Mas a vemos falando com os pais, irmãos e avós.
Muitas vezes pensando nessas características supomos que a criança é apenas tímida e que isso vai passar, alguns pais até tentam forçar a interação da criança com outros adultos ou outras crianças sem sucesso e trazendo mais frustração, porém muitas vezes estamos diante de algo que vai muito além de uma simples timidez, muitas vezes a criança não está apenas envergonhada.
A timidez nas crianças passa após um determinado período de adaptação a um ambiente ou situação, quando a criança é apenas tímida basta um determinado período de tempo que logo ela se acostuma com o ambiente ou as pessoas para sair correndo e começar a brincar com outras crianças, mas para uma criança que sofre de Mutismo seletivo passando o tempo que for, e podendo encontrar diariamente aquelas pessoas ou aquelas crianças, que ela não irá se soltar.
O Mutismo Seletivo é muito mais do que uma característica de comportamento ou de perfil, como a timidez. É um Transtorno de ansiedade, pouco conhecido, que inibe a criança de conversar com pessoas estranhas, ou seja, aquelas que não costumam fazer parte de seu círculo social mais íntimo.
Essa confusão entre os dois comportamentos é comum, principalmente porque o mutismo seletivo só é diagnosticado a partir dos 3 anos de idade ou mais. Os comportamentos ficam mais visíveis quando a criança começa sua fase escolar. Mas já o podemos observar em festas, reuniões, aniversários, etc.
O mutismo seletivo, é um transtorno de ansiedade de comunicação social, onde a criança não é muda e nem tem dificuldades com as palavras e sons. É um bloqueio em se comunicar com pessoas mais distantes ou estranhas. Uma criança tímida com a insistência ou incentivo de alguém pode levar algumas horas a falar, ou falar menos. Mas com Mutismo seletivo, não falam nada ou podem levar meses, e caso alguém insista em que ela fale pode desencadear crises de ansiedade, choro e birras.
Geralmente crianças com mutismo seletivo, sofrem de ansiedade de separação, principalmente dos pais. Ou seja, separá-los gera crises de ansiedade, choros e angústia. Afinal já imaginou ficar em um local onde você não se comunica com ninguém? É algo que traz grande sofrimento a criança, muito maior do que vergonha.
Para que eles se sintam melhores, o ambiente tem que ser sempre muito bem preparado e delicadamente apresentado. Precisam de adaptações que duram meses em escolas, por exemplo.
Muitas crianças passam por essa faixa etária inicial, vistas apenas como tímidas e introspectivas, mas as consequências do transtorno se tornam proporcionais à idade. A criança fica socialmente isolada e pode ser vítima de bullying.
Passa por apuros, por não conseguir fazer perguntas a estranhos, como por exemplo: onde fica o banheiro? As crises relacionadas a insegurança excessiva, podem gerar diarreia, vômitos e até em casos mais graves paralisar fisicamente.
Já uma criança tímida apesar de ter dificuldades de vínculos e contatos, ela não deixa de exercer suas atividades devido à impossibilidade de falar.
Com o passar do tempo, a criança com mutismo seletivo tende a restringir cada vez mais as suas relações. Por isso é muito importante que os pais observem e façam uma avaliação com um especialista (psicólogo), o mais precoce que puderem, para intervenção adequada. Para identificação de timidez ou de Mutismo Seletivo.
Pela falta de comunicação com outras pessoas, junto das crises de ansiedade, choro e birra, algumas vezes pode ser confundido com autismo. E apenas uma equipe multidisciplinar pode ajudar com o diagnóstico.
O mutismo seletivo pode vir sozinho ou como comorbidade de outros transtornos.
Por ser um transtorno de ordem emocional, deve ser tratado com um psicólogo e não com um fonoaudiólogo. E mesmo que a criança apresente dificuldade em trocas ou sons (quando fala), questões emocionais precisam ser tratadas para que a criança aceite os trabalhos do fonoaudiólogo.
O Mutismo Seletivo não prejudica aspectos cognitivos, a não ser por questões emocionais relacionados a ansiedade e insegurança.
Iniciando o processo terapêutico, é comum que após um período, os sintomas fiquem mais amenos e a criança se socialize de forma mais adequada, em alguns casos há o tratamento medicamentoso para a ansiedade.
Por se tratar de um transtorno de comportamento, ou seja, de ordem psicológica, os sintomas podem voltar em algum período difícil ou de trauma do indivíduo.
Aqui iremos falar tanto do desenvolvimento esperado quanto daquele que já tem algum atraso e pode ser sinal de alerta para procurar ajuda profissional.
Como as crianças aprendem é algo muito estudado atualmente e hoje sabemos q diversos fatores podem afetar a aprendizagem dos pequenos.
Atualmente um tema com muita repercussão, mas que ainda gera muitas dúvidas, abordaremos este tema com carinho.
Falaremos de tudo o que envolve o comportamento dos pequenos, desde sua personalidade, temperamento, até birras, bullying e outros temas relacionados
CRP: 06/99643
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