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A Avaliação neuropsicológica: é possível em pré-escolares?

Certo dia ouvindo um outro colega de profissão, sobre o comportamento de seu paciente, sugerimos que a criança fosse encaminhada a uma avaliação neuropsicológica. E para nossa surpresa, escutamos: “ Ele ainda não tem a idade, pois só tem 3 anos”. Esclarecemos ao colega sobre a faixa etária de uma avaliação e entendemos que se um profissional da área não tem este tipo de conhecimento, os pais muito menos e por isso, optamos por abordar este assunto com vocês.

Como é possível avaliar uma criança que não está alfabetizada?

Ao conversar com muitas pessoas elas questionam sobre a famosa escala de inteligência para crianças, o WISC IV, que tem como idade inicial os 6 anos de idade. Como neuropsicólogas entendemos perfeitamente a fama do teste, afinal é um excelente material de investigação e de padrão ouro em sua avaliação. Então você pode estar se perguntando: “mas se reconhecem a qualidade do teste, como podem assegurar uma boa avaliação em crianças menores de 6 anos? ”.

O fato é que o WISC IV tem essa fama por conta de profissionais que não atuam na neuropsicologia, pois nele obtemos o famoso e esperado QI, como medidor do fator de inteligência. O resultado de outros testes tão importantes quanto ele, são ignorados e muitas vezes nem levados em consideração. Para um neuropsicólogo, o QI é uma medida importante, mas o WISC sozinho não nos dá todas as explicações que realmente precisamos.

E se a questão que impede uma criança de fazer uma avaliação é sua medida de QI, temos o excelente instrumento SON- R, que pode ser aplicado em crianças a partir dos 2 anos e 6 meses de idade até os 7 anos. É um teste feito de forma “não-verbal”, ou seja, todas as tarefas são adequadas e adaptadas a crianças que se encontram em idade pré-escolar. Desde as instruções passadas a criança, e a forma de ensiná-las e avaliar a capacidade de aprendizagem.

O mais, precisamos esclarecer é que avaliação neuropsicológica não é medir QI, mas sim identificar fatores de risco para o desenvolvimento humano, associar os resultados com variáveis ambientais ou características maternas (ansiedade), avaliar o impacto de condições biológicas (prematuridade, baixo peso), identificar habilidades específicas de uma criança e determinar estratégias apropriadas de intervenção.

Hoje em dia a avaliação neuropsicológica, ultrapassa modelos mecânicos de protocolos, apenas com resultados numéricos, e por conta de lesões cerebrais. Ela analisa de forma dinâmica a relação cérebro-comportamento e ultrapassa a mera classificação de uma criança num grupo de referência.

O trabalho do neuropsicólogo, tem como objetivo o diagnóstico diferencial, mapeamento cognitivo para uma intervenção precoce e melhores possibilidades de desenvolvimento dessa criança.

Como sei se meu filho precisa de avaliação neuropsicológica, se ele é tão pequeno?

Os Marcos do Desenvolvimento (leia nosso texto), são uma questão que causa muitas dúvidas nos pais, pois há uma crença de que “cada criança tem seu tempo” que faz muitas famílias ignorarem sinais precoces de que a criança não está se desenvolvendo no ritmo esperado. Então, quando entendemos que existe sim um tempo adequado para a criança adquirir habilidades podemos observar melhor como está seu desenvolvimento.

Na idade dos 2 aos 3 anos, precisamos estar atentos se há perceptíveis atrasos do desenvolvimento da criança como na comunicação verbal e não-verbal, crises de birra que excedem o esperado, perda de aquisições já estabelecidas, afastamento de figuras de referência e estranhamento exagerado de pessoas pouco familiares. Esses pontos já podem ser considerados como alerta de que pode haver algo errado com a criança.

Já dos 3 aos 6 anos, o que observamos como algo que precisa de atenção são os medos exagerados e sem fundamentação, enurese e encoprese, alimentação extremamente seletiva, atos de crueldade com crianças menores e animais ou até mesmo pequenos furtos.

Se você nota um destes comportamentos no seu filho, busque um neuropsicólogo.

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