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Altas Habilidades/Superdotação: o que precisamos saber?

O conceito de inteligência vem sendo alterado e atualizado. Hoje em dia, perfil Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) abrange pessoas que demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas (combinadas ou isoladas): alto nível de capacidade intelectual geral, o que é extremamente elevado; grandes aptidões acadêmicas; liderança; grande capacidade psicomotora; pensamento criativo e altamente produtivo.

            As pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) não precisam ter as cinco áreas superdesenvolvidas, podemos ter pessoas com AH/SD com habilidades excepcionais em uma ou duas dessas grandes áreas, a capacidade intelectual dessas pessoas normalmente chega a um QI mínimo de 130 e excepcionalmente a um QI de 160.

Você já deve ter conhecido alguma criança/jovem que é muito bom em alguma coisa. Podemos ter pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) na música, na arte, na linguagem, na ciência, na matemática e em muitas outras áreas.

A partir dos anos 90, ficouclaro que a modalidade se refere não especificamente às altas habilidades, mas à manifestação das várias inteligências de um indivíduo, enfatizando a capacidade de resolver problemas e de elaborar produtos, afastando o conceito de uma inteligência única e geral. O ser humano é dotado de inteligências múltiplas, mas abordaremos esse tema com mais detalhes em um próximo texto.

O cérebro do AH/SD

Sabe-se que pessoas com AH/SD tem um volume maior de algumas regiões do cérebro, maiores conectividades, rapidez de pensamento, sensibilidade sensorial, inteligência emocional e respondem mais ativamente a desafios. Ou seja, esse cérebro é diferente e funciona de forma diferente da maioria da população.

A pessoa com AH/SD percebe o mundo de maneira distinta, ou seja, a maneira como a informação entra pelos 5 sentidos sensoriais não é comum à da maioria.

Qual a importância de identificarmos as Altas Habilidades/Superdotação?

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 3% a 5% da população mundial têm AH/SD, isso significa 210 milhões de pessoas.

            No Brasil, estimasse que seja cerca de 6 milhões, mas falta investimento e estudo sobre essa população.

Quem convive com uma pessoa deste perfil, sabe que não é fácil. Jovens com AH/SD precisam de auxílio no entendimento e no desenvolvimento de suas potencialidades.

O AH/SD não tem relação com a questão sócio econômica, ele pode estar nas periferias, com uma família de baixa renda ou em áreas de luxo, como por exemplo, em colégios caríssimos.

A prevalência de alunos AH/SD é significativa e justifica a necessidade de formar professores para identificá-los e atendê-los de acordo com as necessidades que evidenciam para garantir uma qualidade de vida, melhor aproveitamento e alavancar seus talentos.

Ter Altas Habilidades/ Superdotação é sempre bom?

Infelizmente essa é uma crença muito errada e que muitas vezes dificulta a forma que as pessoas têm de lidar com quem tem AH/SD, pois popularmente se acredita que quem está nesse quadro é sempre bom em tudo em todas as áreas, que são pessoas que sabem lidar com todo tipo de problemas e conflitos, inclusive os familiares, mas isso não é um fato.

Pessoas com AH/SD, podem ter grandes problemas emocionais, baixa autoestima, problemas de relacionamento social e problemas emocionais na escola e na sua família, pois normalmente são considerados muito inteligentes, porém apresentam grandes dificuldades socioemocionais no dia-a-dia e por serem muito inteligentes essas questões ficam escondidas.

Você sabia que AH/SD podem vir associados a outros transtornos?

As Altas Habilidades/Superdotação, pode vir junto com um Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA), podem ter transtornos psiquiátricos como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), podem também apresentar transtornos de aprendizagem ligados a leitura, escrita e matemática.

Por isso, é extremamente importante que nós mães e pais, professores e profissionais da saúde estejamos atentos às crianças com AH/SD, pois as mesmas podem ter grandes dificuldades socioemocionais e problemas com comorbidades de neurodesenvolvimento ou psiquiátricas e por isso necessitam de um suporte adequado.

Quando posso desconfiar que meu filho tem AH/SD?

Podemos identificar esse perfil desde muito cedo nas crianças, pois normalmente são aquelas que são muito criativas, que tem uma capacidade muito grande de compreender o outro com facilidade, que compreendem uma situação social, sabem ser habilidosos e usar argumentos para conseguir o que querem sem que o outro perca, são empáticos, são assertivos, ou seja, essas crianças podem demonstrar AH/SD, especialmente se elas têm maior facilidade de lidar com a aprendizagem geral.

Como identificar o perfil Altas Habilidades/ Superdotação?

Para fazer um lavamento de perfil, são usados alguns instrumentos que auxiliam na identificação.

Testes psicométricos; escalas de características; questionários; observação do comportamento; entrevistas com a família e professores, entre outros.

Escalas e testes sozinhos não fazem diagnósticos, entretanto são ferramentas importantes e servem de rastreamento, pois fornecem dados objetivos úteis para avaliação, intervenção e pesquisa.

A identificação do aluno requer a realização de uma sequência de procedimentos, incluindo etapas bem definidas e instrumentos apropriados, formando uma combinação entre avaliação formal e observação estruturada.

É importante que a identificação seja um processo contínuo, e ela deve ser enriquecida por outras fontes de informação, de forma a privilegiar uma visão sistêmica e global do indivíduo e não somente sua inteligência superior medida por meio de um teste de QI, por isso é necessário fazer uma avaliação neuropsicológica completa, onde também sejam aplicadas escalas de comportamento, testes de personalidades, entre outros.

Altas Habilidades na Lei de Pessoa com Deficiência (PcD)

O perfil AH/SD está inserido na categoria legal de inclusão, ou seja, por LEI, criança que tem este perfil tem DIREITO a um tutor, flexibilidade curricular, enriquecimento curricular e aceleração.

O que fazer se conheço alguém que pode ter HD/SD?

No caso de ter começado a desconfiar que seu filho ou seu aluno possa estar dentro do perfil que descrevemos aqui, não hesite em encaminhar para uma boa avaliação neuropsicológica, não se conforme com avaliações relâmpago e desconfie de profissionais que oferecem relatórios baseados em entrevistas superficiais e que investigam pouco sobre o comportamento e a personalidade do paciente, ter certeza do diagnóstico é de extrema importância para poder oferecer o apoio adequado.

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